É hora de partir, meus irmãos, minhas
irmãs.
Eu já devolvi as chaves da minha porta
e desisto de qualquer direito à minha casa.
Fomos vizinhos durante muito tempo
e recebi mais do que pude dar.
Agora vai raiando o dia
e a lâmpada que iluminava o meu canto escuro
apagou-se.
Veio a intimação e estou pronto para a minha jornada.
Não indaguem sobre o que levo comigo.
Sigo de mãos vazias e o coração confiante.
Onde o sentido está contido? Comigo? Contigo? Onde andará o sentido? Sentado à beira do abismo? Abismado com tanto cinismo? Onde andará o sentido? Sentado no cais a ver navios? No meio do mar à deriva? Onde o sentido se esquiva?